terça-feira, setembro 8
segunda-feira, agosto 31
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Posted by colher de chá às 17:55 3 pacotes de açúcar
terça-feira, agosto 25
é como se a inspiração de outrora, bem mais eminente e veloz estivesse adormecida. (será o seu fim? ) de que precisamos para escrever?
de que se alimenta aquele que escreve? daquilo que lê? daquilo que vê? daquilo que sente? ou de um conjunto mais ou menos equilibrado entre isto e mais um par de botas?
houve tempos em que escrever era um exercício diário, parte de uma rotina bem mais saudável, bem mais feliz, bem mais intelectual.
perderemos para sempre o ímpeto criativo, uma vez fechada a gaveta? ou será possível retomá-lo, talvez no próximo desgosto, na próxima surpresa, na próxima viagem?
onde encontrar as respostas? ficar à espera? ou não questionar de todo?
ou será que, como dizia o outro, "the answer my friend, is blowing in the wind..."?
Posted by colher de chá às 04:27 4 pacotes de açúcar
quarta-feira, agosto 12
breu
o azul escuro é o lugar mais sozinho do mundo. o preto, é onde está toda a solidão.
Posted by colher de chá às 04:46 4 pacotes de açúcar
quinta-feira, julho 30
ser invisível. ter a certeza de que ninguém me vê, nem por dentro nem por fora.
ser impetuosa. seguir com as horas num impulso, perder os medos e seguir.
ser menos eu. mas só de vez em quando.
deixar-me levar. abrir as mãos e deixar cair aquilo que seguro com tanta força. que força é essa?
um copo de vinho com vista para Central Park e um cigarro. retomar o gosto antigo pelas letras. não, prefiro um latte do Starbucks.
um comboio para Paris e um bilhete rumo a Tóquio. uns meses.
depois regressar a casa. onde fica?
correr, fazer exercício. deixar o suor limpar todos os poros, renová-los.
e regressar ao rés-do-chão do prédio ao fundo da rua quieta é tudo o que quero ao final do dia.
Posted by colher de chá às 05:59 1 pacotes de açúcar
sexta-feira, julho 24
sonho de uma noite de Verão
Se tivesse de escolher um cd para levar quando o mundo acabasse.
Tudo de Zeca Afonso. Incontornável. E agora não consigo parar de ouvir...
(é favor pôr em pause ali ao lado )
Esta noite com ele. Sim, o Zeca.
Posted by colher de chá às 05:07 3 pacotes de açúcar
terça-feira, julho 21
eu sei que às vezes sou difícil.
ainda me custa atravessar a estrada sem olhar para os dois lados, sem ter a mão dada.
a boneca dos trapos anda sempre a cozer bocadinhos de tecido novo, sempre a renovar o vestido. tarefa que demora mais do que o que contamos, mas que vale sempre a pena no final. não te parece?
a bonequinha das sardas ainda gosta de olhar o sol com orgulho e espetar um moinho de vento bem fundo na terra, bem ao lado dos malmequeres e das margaridas, e soprar. soprar bem fundo e observar o rodopiar apressado dos triângulos de cor.
ainda gosto de ser um bocadinho pequenina. e isso não tem mal nenhum, ou tem?
Posted by colher de chá às 14:24 3 pacotes de açúcar