Poesia. Pedra de cheiro, folhinha de plátano. Cartolina e lápis de cêra, um molhinho de bróculos colorido. Uma valsa suave, um salto mortal. Um livro usado, as letras a chorar. Tanto me faz, faço uso do que me rodeia, do que me vive e me dorme.
Sussurras-me ao ouvido algo que não entendo, é o barulho do mar salgado, a maré cheia contra o pontão. Música retro, uniforme vintage. Mala e sapatos a condizer.
Uma imperial e um prato de tremoços, sem esquecer o cigarro, que o sol de fim de tarde hidrata-nos a cara como se fosse loção para bebé.
Contradição?
Não, querido papel. Sou eu e és tu. Eu e ele. Tu. Somos dois a enfrentar o mundo, que nos últimos tempos tem sido uma subida muito a pique. Demos pois as mãos e juntos, enchamos o peito de ar. Mas sempre, sempre de mãos dadas.
.Foto_ Ricardo Cabaça.
7 comentários:
há muito não passava nesta quieta rua. mas muito bom.
é muito bonito [mas sempre, sempre de mãos dadas]
sempre
sempre.
de mão dada
connosco
na escrita.
@-,-'-
esta escrita cheia de sensibilidade e ternura.
Sempre de mãos dadas!
Mas é uma boa subida, verdade?
É esperança em estado puro. Esperança cristalina como água de fonte. Esperança em estado de poder soprar no mundo uma teodiceia de anjos!
Uma subida em boa companhia.. Podem chegar onde quiserem :)
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