terça-feira, maio 1


Poesia. Pedra de cheiro, folhinha de plátano. Cartolina e lápis de cêra, um molhinho de bróculos colorido. Uma valsa suave, um salto mortal. Um livro usado, as letras a chorar. Tanto me faz, faço uso do que me rodeia, do que me vive e me dorme.
Sussurras-me ao ouvido algo que não entendo, é o barulho do mar salgado, a maré cheia contra o pontão. Música retro, uniforme vintage. Mala e sapatos a condizer.
Uma imperial e um prato de tremoços, sem esquecer o cigarro, que o sol de fim de tarde hidrata-nos a cara como se fosse loção para bebé.
Contradição?
Não, querido papel. Sou eu e és tu. Eu e ele. Tu. Somos dois a enfrentar o mundo, que nos últimos tempos tem sido uma subida muito a pique. Demos pois as mãos e juntos, enchamos o peito de ar. Mas sempre, sempre de mãos dadas.
.Foto_ Ricardo Cabaça.

7 comentários:

Sílvia Alves disse...

há muito não passava nesta quieta rua. mas muito bom.
é muito bonito [mas sempre, sempre de mãos dadas]

nana disse...

sempre
sempre.
de mão dada
connosco
na escrita.

@-,-'-

vague disse...

esta escrita cheia de sensibilidade e ternura.

Filipe Gouveia de Freitas disse...

Sempre de mãos dadas!

Custódia C. disse...

Mas é uma boa subida, verdade?

manhã disse...

É esperança em estado puro. Esperança cristalina como água de fonte. Esperança em estado de poder soprar no mundo uma teodiceia de anjos!

magarça disse...

Uma subida em boa companhia.. Podem chegar onde quiserem :)