domingo, janeiro 27

Um imenso Adeus

Montanhas cobertas de verde, vacas a preto e branco e o mar de todos os lados, os teus Açores.
A ópera e a música clássica sempre, os livros que te acompanhavam o dia todo se fosse preciso.
Os nossos almoços ali para os lados da Avenida de Berna, ainda te lembras?
O dia do nosso aniversário.
Os óculos redondinhos que usavas que te davam o ar patusco dos irmãos Dupond e Dupont, no charme composto pelo fato e gravata às vezes até ao fim-de-semana.
A tua luta contra uma doença que acabou por te vencer.
Gostava que tivesses visto a vista para a Sé da minha nova casa.
Vou ter saudades tuas.
A ti, um imenso Adeus, de quem ainda estava a aprender-te. Até sempre. E um cravo vermelho.
Diz à avó que lhe mando um beijo.


Ao meu tio Manuel João.


Ao meu pai que perdeu o irmão mais velho.



9 comentários:

Anónimo disse...

Que a tua Avó saiba que tu és maravilhosa...que o teu Tio esteja nos seus Açores - ou que de lá nunca tenha saído...que o teu Pai saiba que continua a ter como irmão mais velho o Mundo e a Vida...que o teu Pai saiba que é o Irmão mais velho de muitas pessoas...

polegar disse...

que tu saibas que estou aqui. também irmã mais velha. beijo grande a ti, ao teu pai. e que o teu tio passe pela minha avó e lhe deixe um beijo também...

vague disse...

um grande beijinho, minha querida *

Custódia C. disse...

.... a vida também é perder, mas o importante é amar e ser amado enquanto se vive ..e nas tuas palavras sente-se o amor que se viveu e que se vive!
Abraço

manhã disse...

ao tio, que descanse em paz.um beijo

miak disse...

Um beijinho.

Anónimo disse...

Gostei muito do que escreveste para o Tio Manuel João e para mim, de certeza que a esta hora já o tio sabe o que escreveste, que ele de certeza também iria gostar... sabendo eu que ele apreciava este tipo de escrita e que ao jeito dele gostava muito de ti. Disso eu tenho a certeza.

Suzi disse...

cheguei hoje, aqui, pelo "ametista cintilante".
e cheguei no meio da dor da saudade.
vou manter-me num silêncio respeitoso, apenas deixando-te os versos de Miguel Sousa Tavares que tanto já me consolaram...

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

nana disse...

um beijo enorme...

enorme.


@-,-'-



(saudade de aqui vir...

muita vida na casa nova.

x)