Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
segunda-feira, agosto 31
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3 comentários:
um dos meus poemas preferidos e um dos poucos q sei de cor :) bela escolha!
bom regresso!
É um belo poema sim.
Toda a nossa vida é feita de encontros e de perdas. Aprendemos com ambos.
Deixar poemas não faz de ti uma pessoa culta ;)
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